Círico fala a empresários e líderes da região Oeste 27/08/2012 - 14:12

Não é de hoje que líderes cooperativistas e empresariais de cidades do Oeste percebem o pouco interesse da ALL, a América Latina Logística, de operar adequadamente a concessão da linha de ferro principalmente em conexão com o Oeste. Alguns chegam a classificar a empresa como “inimiga” do processo de desenvolvimento de uma das regiões que mais produzem commodities no País.
Um dado apresentado pela Ferroeste mostra o tamanho do descaso. Apenas de 15 de julho a 15 de agosto, a ALL foi responsável por causar prejuízo de R$ 600 mil aos cofres da estatal. O problema foi o descumprimento, no período, do envio regular de composições carregadas com fertilizantes, cimento e diesel a empresas contratantes da região. No período, 517 vagões deixaram de ser enviados, segundo a Ferroeste.
“A empresa não cumpriu com o combinado e ficamos no prejuízo”, disse em reunião com empresários em Medianeira, no sábado, 18, o presidente interino da Ferroeste, Abelardo Círico. Lá também esteve o gerente comercial da estatal, Joani Borek.
O prejuízo foi além do financeiro. Sem o transporte via férrea, 1,6 mil caminhões a mais circularam pelos cerca de 650 quilômetros entre Cascavel e Paranaguá, com risco adicional de acidentes e mortes nas rodovias. As empresas não contaram com o serviço e ainda precisaram pagar a mais, já que o transporte rodoviário e mais caro do que o ferroviário, segundo Círico.
“Essa é uma dificuldade que existe e estamos em contato com a direção da empresa para que, na base do diálogo e do bom-senso, encontremos em consenso uma solução que possa ser adequada a todas as partes envolvidas na operação”.
Há queixas do atual modelo de concessão também entre líderes do Norte do Paraná. Um questionamento está na cabeça de muitos: por que a Coamo, maior cooperativa do mundo, não utiliza trens para levar sua produção ao Porto de Paranaguá?
Saída para resolver gargalo é PPP
Um dos maiores gargalos ferroviários do Paraná está no traçado antigo e obsoleto de boa parte da estrutura utilizada de Guarapuava a Desvio Ribas e de lá ao Porto de Paranaguá. Sem a solução desse impasse, o ramal até Guaíra e a Maracaju dos Gaúchos (MS) não apresentará os resultados que todos querem, esperam e o País precisa.
O presidente da Ferroeste, Abelardo Círico, informou durante plenária da Caciopar, em Medianeira, que o caminho mais lógico para a solução rápida e eficiente desse problema é com uma PPP, parceria público-privada. O percurso que exigirá um novo traçado é de cerca de 470 quilômetros e o custo estimado de cada quilômetro, devido às condições do terreno, seriam de R$ 3 milhões. O investimento na nova ferrovia chegaria então a R$ 1,5 bilhão.

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