Coopavel e Acic apóiam ramais da Ferroeste 25/02/2011 - 14:48

Lideranças econômicas e políticas do Oeste do Paraná estão otimistas com a retomada do projeto de expansão da Ferroeste, depois da audiência dos governadores Beto Richa (PR) e André Puccinelli (MS) com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no dia 16 de fevereiro. O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, considera que a construção de novos ramais da ferrovia “irá melhorar a logística e também a pontualidade de entrega dos nossos produtos no Porto de Paranaguá”.
Para Grolli, a Ferroeste já tem um papel importante na economia da região. “A Ferroeste é importante. Coloca a agricultura do Paraná bem situada em relação ao Brasil devido ao menor custo do transporte ferroviário quando comparado com o rodoviário e isto dá ao agronegócio paranaense condições de competitividade no exterior com relação ao preço, já que os nossos produtos, quanto à qualidade, são aceitos em mais de 150 países do mundo”.
Com boas estratégias, segundo Grolli, a ferrovia estadual poderá contribuir ainda mais para o agronegócio. “Nos primeiros 60 dias da nova gestão”, exemplificou, “focada no atendimento ao cliente e na solução de entraves, já se está transportando o dobro do que era transportado no mesmo período do ano passado. Com a nova ligação férrea ao porto, que para Grolli é prioridade, a movimentação de cargas no trecho Cascavel-Paranaguá e vice-versa cresceria exponencialmente. O crescimento será maior ainda caso se concretize a conexão ferroviária Cascavel-Dourados, no Mato Grosso do Sul. Para isso, sublinha, é preciso “solucionar os problemas dos gargalos existentes na malha ferroviária entre Guarapuava e Paranaguá”.
NÚMEROS – O presidente da Coopavel estima que se a Ferroeste transportar 3 milhões de toneladas de grãos por ano, entre Cascavel e Paranaguá, poderá ter, em contrapartida, até 70% desse volume retornando pelos trilhos na forma de outras mercadorias. Grolli calcula “até dois milhões de toneladas” em insumos agrícolas, como calcário, fertilizantes, cimento e combustível. “Estaremos economizando US$ 100 milhões para a cadeia do agronegócio em um ano”. Grolli lembra ainda que hoje a Ferroeste já transporta fertilizantes para as indústrias de adubo sediadas no terminal ferroviária de Cascavel, atendendo não só a região Oeste e Sudoeste do Paraná, mas também o Paraguai.
Segundo Grolli, o custo de transportar uma tonelada de soja durante a safra entre a região Oeste e o Porto está em torno de R$ 100 reais a tonelada. O custo ferroviário, observa, é de 60% desse valor. “Com isso, economizamos R$ 2,40 por saca de soja. Equivale a um dólar e 40 por saca de soja. Somente na soja a cadeia do agronegócio do Oeste do Paraná terá uma rentabilidade em torno de US$ 60 milhões”. Contada a produção do Sudoeste e regiões adjacentes, o presidente da Coopavel acredita que os produtores teriam uma economia de mais de US$ 40 milhões. “Com tudo isso”, prossegue Grolli, “uma ferrovia que custou para os cofres públicos pouco mais de US$ 300 milhões, com uma gestão empreendedora, viabilizará os investimentos do Estado em menos de quatro anos”.
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL – Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC), Marcos Roberto Teixeira, para toda a região Oeste “é de fundamental importância o pleno funcionamento da Ferroeste”. Segundo ele, a ferrovia “gera desenvolvimento e melhora a rentabilidade de toda cadeia do agronegócio da região”.
Marcos Roberto Teixeira defende a tese de que a construção de novos ramais na Ferroeste, “em especial, o que a ligaria ao Mato Grosso do Sul, significa uma união maior desses dois grandes Estados, com benefícios para ambos”, acrescentando que a obra “somente fará sentido após resolvidos os gargalos do atual trecho da ferrovia, em especial o de Guarapuava”.
Recentemente, o Ministério dos Transportes instituiu um grupo de trabalho, constituído por representantes do Paraná e Mato Grosso do Sul, além de Valec, Dnit e ANTT, para estudar a viabilidade da construção de dois novos ramais na Ferroeste: um ligando Cascavel (PR) a Maracaju (MS) e outro ligando Guarapuava ao Porto de Paranaguá.

                                                   Terminal ferroviário da Ferroeste no município de Cascavel

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