Executivos de 25 anos revertem prejuízo de ferrovia no Paraná 15/04/2013 - 17:09

Confira matéria publicada pela Folha de S.Paulo, feita pela jornalista Estelita Hass Carazzai, com o presidente da Ferroeste:
Quando o engenheiro João Vicente Araújo chegou à presidência da Ferroeste, a estatal de ferrovias do Paraná, há seis meses, tinha de idade o que boa parte de seus comandados tinha de empresa.
Com 25 anos, foi escolhido para recuperar a rentabilidade da companhia que leva a produção agrícola do oeste do Estado ao porto de Paranaguá --demanda crescente, mas que dava prejuízos mensais de até R$ 1 milhão.
O histórico era ruim: o antigo concessionário não investira e perdera a ferrovia na Justiça, em 2006. Com pouco pessoal, caixa zerado e equipamentos sucateados, a operação era deficitária.
Com Araújo, chegou um novo diretor de produção, Rodrigo César de Oliveira --com iguais 25 anos. Oriundos da iniciativa privada (ambos foram trainees da ALL, famosa pela cobrança de metas), começaram a cobrar produtividade, cortar gastos e fechar acordos para investimentos em equipamentos e logística, em troca de transporte.
Guilherme Pupo/Folhapress
Presidente da Ferroeste, João Vicente Araújo, com maquete no terraço da sua empresa
Presidente da Ferroeste, João Vicente Araújo, com maquete no terraço da sua empresa
As parcerias deram fôlego ao caixa. Seis meses depois, a Ferroeste já opera no azul. O lucro ainda é quase zero, mas, desde fevereiro, o faturamento aumentou 30%.
"Quando cheguei, havia uma piada interna de que uma Kombi do Conselho Tutelar iria me levar embora a qualquer momento", diz o presidente, aos risos.
Para ele, resistências internas ficaram para trás.
TINO COMERCIAL
Fontes consultadas pela Folha relatam que os objetivos da empresa, antes da nova direção, estavam muito mais ligados à elaboração de grandes projetos que quase nunca saíam do papel.
Segundo Araújo, a empresa não tinha indicadores de velocidade dos trens e gastava "de forma desordenada" --como no aluguel de locomotivas, a R$ 50 mil mensais, que não funcionavam.
Apesar das melhorias, a Ferroeste não tem verba para investir e compete com empresas privadas que fazem grandes aportes com agilidade. "Na iniciativa privada, tinha duas horas para resolver um problema. Aqui, demoro meses. Você não imagina a agonia." Não à toa, ele não gosta de reuniões.
Ainda assim, a expectativa é aumentar a produção da empresa em "chineses" 30% neste ano, por meio de acordo inédito com a ALL que irá permitir às duas empresas transportar vagões na malha alheia. A meta é fechar 2013 com faturamento de R$ 20 milhões --80% a mais do que em 2012. (Veja em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1261889-executivos-de-25-anos-revertem-prejuizo-de-ferrovia-no-parana.shtml)

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