Governador Beto Richa fala sobre ferrovias e Ferroeste em entrevista para jornais do interior 26/09/2012 - 14:15
O governador Beto Richa, em recente entrevista (setembro) a veículos de comunicação vinculados à Associação de Jornais e Revistas do Paraná (Adjori), falou acerca de vários temas na área de infraestrutura. Algumas questões trataram da Ferroeste, do modal ferroviário e da passagem da Norte-Sul pelo Paraná. Confira:
Jornal Gazeta da Vizinhança – Dois Vizinhos – O senhor tem algum projeto que alcance as rodovias da região Sudoeste, que têm tirado muitas vidas e que clamam com urgência por melhorias e mais segurança?
BETO RICHA - Trabalhamos com duas linhas de ação. A primeira voltada para as rodovias estaduais pavimentadas. Já liberamos as ordens de serviços para obras de restauração e conservação e para os serviços na faixa de domínio. A ação abrangerá toda a malha do Sudoeste. No total, investiremos R$ 840 milhões nestas obras em todo o Estado. Além das melhorias, a sinalização será reforçada. Outra ação é a busca da melhoria de rodovias federais que cortam a região. A BR-163 é uma delas. O DER está em permanente contato com o DNIT para que a rodovia mude de classe. Ou seja, fique mais larga e consigamos eliminar pontos críticos na ligação com a região Oeste. Em relação à questão logística, defendemos a passagem da ferrovia Norte-Sul pelo Sudoeste paranaense.
Folha de Palotina - Como o governo está trabalhando para viabilizar a implantação da extensão da Ferroeste a partir de Cascavel, passando pela região de Toledo até Guaíra?
BETO RICHA - Nosso contato com o governo federal e autoridades do setor é constante. No último dia 18, o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filha, participou de audiência na Câmara Federal com a presença de autoridades federais e dos governos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para defender os interesses do Paraná. Nossa proposta é uma linha que saia de Maracaju (MS), entrando no Paraná por Guaíra, passando por Cascavel e Guarapuava até chegar ao porto de Paranaguá, que recebe em média 5,4 mil caminhões por dia. Vamos lutar por este trecho com todas as forças. Com o investimento ferroviário, vamos melhorar a competitividade estadual e facilitar a integração modal. Com uma ferrovia cortando o Estado, os produtores do Paraná, do Mato Grosso do Sul e do Paraguai terão mais uma opção de transporte. O governo federal desenhou um traçado que vai de Cascavel para Mafra e depois para o litoral de Santa Catarina e depois a Paranaguá. Isso significa 130 quilômetros a mais para chegar ao nosso porto, encarecendo o frete e elevando o tempo de transporte. Por outro lado, somos favoráveis que a ferrovia Norte-Sul passe no Noroeste, Oeste e Sudoeste do Estado, principais áreas agrícolas paranaenses, atendendo regiões como as de Maringá e Campo Mourão, Cascavel e Toledo e Pato Branco e Francisco Beltrão, até entrar em Santa Catarina e chegar ao Rio Grande do Sul.
Adjori - Outro fator para a industrialização do estado é o setor logístico. Quais as ações do governo para melhorar a logística do estado, sendo que ainda existem estradas importantes sem asfalto e a necessidade ampliação da malha ferroviária?
BETO RICHA – Um dos meus objetivos nesta gestão é asfaltar as estradas de acesso aos cinco municípios paranaenses que ainda não tem ligação pavimentada com a malha rodoviária estadual. O DER já iniciou os estudos para implantação destes trechos. Na questão ferroviária, estamos fortalecendo a Ferroeste e brigando para novos ramais sejam construídos no Paraná. Estamos atentos às propostas do governo federal para novas ferrovias e definimos no porto de Paranaguá o zoneamento da área portuária que permitirá em curto espaço de tempo investimentos públicos, privados e por meio de parcerias público-privadas. Dois investimentos já foram confirmados. A Techint, que constrói plataformas de petróleo, usará uma área no Porto de Antonina, e o Terminal de Contêineres vai ampliar o seu cais em Paranaguá. Também estamos desenvolvendo o plano aeroviário para o Estado. Além disso, vamos por em prática ainda neste ano um programa de recuperação de estradas rurais com a contratação de patrulhas. Nos próximos meses vamos receber 380 equipamentos e máquinas para isto.
Hoje Centro Sul - Irati - Que tipo de incentivo fiscal o governo estadual oferece ou pretende adotar para atrair comércio e indústrias para as cidades do interior, uma vez que nelas se concentra grande demanda por geração de empregos?
BETO RICHA - Criamos uma política de incentivos, o programa Paraná Competitivo, que estimula a industrialização do Estado. No interior teremos o maior investimento privado já feito no Estado. É a nova fábrica da Klabin, em Ortigueira, orçada em R$ 7 bilhões. Por certo, as características da região ajudaram na escolha, mas a intenção do nosso governo é descentralizar a indústria e oferecer novas oportunidades para os paranaenses de todas as regiões. Contudo, são as empresas é que definem qual a melhor localização para seus empreendimentos. A premissa principal é o respeito mútuo entre o Estado e os empreendedores, fundamentado na melhoria da qualidade de vida de todos os paranaenses. O Paraná Competitivo já atraiu R$ 18 bilhões em investimentos, mais do que a quantia obtida nos oito anos anteriores à nossa gestão. São 80 mil novos empregos gerados.
Jornal Novo Tempo – Santa Izabel do Oeste - A que se deve o aumento de repasse dos valores de ICMS aos municípios: é crescimento do Estado ou recuperação do fisco? Isto ainda pode ser fruto de ações do estado como o Programa Paraná Competitivo?
BETO RICHA - Esta evolução reflete o crescimento dos nossos setores produtivos, além da eficiência de nosso fisco. Nos oito primeiros meses deste ano, depositamos aos municípios R$ 3,68 bilhões, referentes aos repasses do ICMS e IPVA. Este repasse representou um aumento de 9,32% em relação ao mesmo período do ano passado, já descontada a inflação. Outras ações da administração do Estado também contribuem para isto e, entre elas, o Paraná Competitivo.
Adjori - Apesar do investimento em educação, houve uma queda na avaliação do IDEB do Paraná. A que o senhor avalia esta queda e quais as medidas que serão adotadas para mudar este quadro?
BETO RICHA - Melhorar a qualidade da educação é um dos nossos compromissos fundamentais. Atingimos as metas do Ideb, mas não ficamos satisfeitos. No ensino fundamental tivemos o índice 4, para uma meta de 3,8. No ensino médio, o índice foi de 3,7 para uma projeção de 3,6. O nosso planejamento estratégico até 2014, estabelecido em contrato de gestão, tem a melhoria da qualidade do ensino como principal objetivo. Vamos promover discussões sobre uma nova matriz curricular, debates no ambiente escolar e com toda a sociedade, assim como a análise dos resultados de cada escola. Para isso, estamos estruturando um exame estadual para medir a qualidade da aprendizagem dos nossos alunos. Isso revela a preocupação do governo com a formação das nossas crianças e jovens. Ainda sobre o Ideb, vários fatores influenciaram nos últimos resultados. No ensino médio houve redução da carga horária em 2009 nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Além disso, houve fatores estruturais enfrentados pela nossa gestão. Devido ao atraso no processo de contratação de professores temporários em 2010, as aulas tiveram início em 2011 com falta de profissionais em sala e a situação só foi normalizada após o início do ano letivo. Não bastasse isso, o governo anterior deixou de pagar as rescisões dos professores temporários. Para enfrentar a falta de profissionais da educação, nomeamos mais de 17 mil servidores aprovados em concurso público. Além disso, o número de profissionais para cada unidade estava sendo determinado com base em uma resolução de 2002, desatualizada, o que provocava problemas na distribuição desses profissionais. Editamos uma nova resolução para solucionar essa situação. A redução do número de alunos por sala de aula foi também enfrentada em 2011. A situação precária das escolas foi um dos grandes desafios que recebemos. Nestes dois primeiros anos, concluiremos mais de 2 mil intervenções entre reparos, reformas, ampliações e novas unidades. Outro problema era a falta de investimento adequado no transporte escolar. O valor repassado pelo Estado aos municípios passou de R$ 28 milhões em 2010 para R$ 80 milhões neste ano.
O Popular – Araucária - Quais são os planos do governo em apoio ao desenvolvimento das pequenas empresas?
BETO RICHA - Não são planos, são ações. Elas vão desde uma legislação especial, que concede incentivos fiscais para 25 segmentos de nossa economia até a redução na taxa de juros nos contratos de empréstimos pela Fomento Paraná. Nosso Estado concede isenção de ICMS para o contribuinte com renda bruta de até R$ 360 mil por ano, incluso no Simples Nacional. Segundo dados de julho deste ano, 192 mil empresas foram beneficiadas por esta medida. Além disso, concedemos redução na base de cálculo até à última faixa do Simples Nacional. O Paraná é também um dos Estados com menor número de produtos incluídos na substituição tributária. Na Fomento Paraná, na linha Programa Bom Emprego, por exemplo, a taxa de juros em contratos de empréstimos diminuiu de 0,64% para 0,59% ao mês. O crédito pode ser utilizado para capital de giro, investimento fixo ou misto (capital de giro e compras de máquinas e equipamentos). O empreendedor pode financiar até 90% do investimento, até o valor máximo de R$ 300 mil. No microcrédito, voltado para o pequeno empreendedor a taxa diminuiu de 0,58% ao mês para 0,55 % ao mês. A linha disponibiliza financiamentos de até R$ 15 mil. Com o Bom Negócio Paraná, estamos assegurando capacitação e crédito barato. Nossa meta é atingir 60 mil micro e pequenos empreendimentos formais e informais. Estamos, de forma concreta, apoiando o desenvolvimento das micro e pequenas empresas porque sabemos a importância e o peso socioeconômico que elas têm.
Gazeta de Palmeira - A única forma de aumentar a renda das famílias que vivem em pequenas propriedades rurais é através da diversificação. Em parte da região dos Campos Gerais e da região Centro do Sul do estado os municípios são formados em sua maioria por pequenas propriedades rurais, normalmente com atividade agrícola familiar. Uma das principais carências é a assistência técnica, em parte oferecida pela Emater, mas ainda insuficiente para proporcionar melhores condições de aumentar sua produtividade. Qual é a ação do Governo do Estado que pretende reverter esta carência?
BETO RICHA – A Emater era outro órgão que estava sucateado e que passa por um processo de reestruturação. Autorizei a contratação de 500 profissionais para o órgão, além de isentar os pequenos municípios do pagamento dos serviços. Estamos trabalhando para reverter a carência de assistência técnica, a curto e médio prazo, com ferramentas eficazes. Entendo como fundamental a recuperação da renda rural, assim como as transformações necessárias ao desenvolvimento sustentável das pequenas propriedades. Para este produtores já há a possibilidade do aproveitamento da produção pelo poder público, através do Programa da Merenda Escolar, que possibilita a aquisição de produtos direto dos agricultores. No Paraná vamos investir R$ 32 milhões neste ano em alimentos provenientes pequenos agricultores para compor a merenda das escolas da rede estadual. A outra ação para reverter este quadro é o programa Prorural, que tem como foco atender 131 municípios menos desenvolvidos do Estado, principalmente com ações no campo. Este programa propõe, entre outras coisas, estimular negócios capazes de mudar a economia desses municípios. Uma das ações previstas é um programa de capacitação de gestores e dirigentes, como mecanismo de introdução de conhecimentos que possam impulsionar as mudanças necessárias.
Adjori - Em sua campanha foi falado muito em contrato de gestão. A troca do secretário de Segurança Publica é uma prova da força destes contratos?
BETO RICHA - Não, não é exatamente esta a questão. As mudanças tiveram o objetivo de acelerar as ações para reduzir os índices de criminalidade e melhorar a segurança pública em todo o Paraná. Era importante uma troca buscando uma nova dinâmica e resultados ainda melhores na área da segurança pública. Temos novos desafios a serem superados para garantir a segurança que a sociedade paranaense deseja e tem direito. Vamos acelerar o ritmo de realizações, decisões e ações. Num primeiro momento conseguimos reestruturar a segurança pública, fortalecer a Polícia Militar, a Polícia Civil e os serviços de inteligência. Agora, num novo momento, tão importante quanto o primeiro, é colocar em prática todas as ações planejadas.
Adjori - O senhor tem conseguido dar o ritmo que pretendia a sua administração? Qual é o setor que demanda maior atenção?
BETO RICHA - O ritmo está dentro da razoabilidade, dentro do respeito aos paranaenses e às suas demandas. Temos correspondido a um plano de governo traçado a partir das necessidades do Estado e do diálogo mantido antes e depois de nossa candidatura com toda a comunidade paranaense. Nosso plano do governo não surgiu do além e nem de discursos de campanha. Nasceu da própria população do Paraná e, ao sermos eleitos pela maioria das pessoas, ficamos diante do desafio de cumprir com aquilo que as elas nos delegaram. Evidentemente que, por descaso ou descompromisso de administrações anteriores, temos sérias carências no Estado em educação, saúde, segurança, habitação, infraestrutura, enfim em todos os setores. E estamos trabalhando muito para vencer esses desafios, imprimindo uma marca de compromisso e eficiência. Mas, sobretudo, resultados concretos à melhoria da qualidade de vida de todos os paranaenses, tanto nas cidades como no campo.
Adjori - Como atender o Paraná em todas as suas demandas sem deixar nenhuma região ou setor esquecido?
BETO RICHA - Trabalhando muito. Este é um governo que se caracteriza por fazer mais com menos. Para isto, evitamos desperdícios e buscamos a eficiência em cada ação. Nosso governo estabeleceu metas e objetivos a serem alcançados, para atender a maioria das demandas do Paraná, em todas as suas regiões, e em todos os setores da administração pública, em parceria eficiente com os municípios, com o governo federal, com entidades privadas, instituições etc.
Jornal Gazeta da Vizinhança – Dois Vizinhos – O senhor tem algum projeto que alcance as rodovias da região Sudoeste, que têm tirado muitas vidas e que clamam com urgência por melhorias e mais segurança?
BETO RICHA - Trabalhamos com duas linhas de ação. A primeira voltada para as rodovias estaduais pavimentadas. Já liberamos as ordens de serviços para obras de restauração e conservação e para os serviços na faixa de domínio. A ação abrangerá toda a malha do Sudoeste. No total, investiremos R$ 840 milhões nestas obras em todo o Estado. Além das melhorias, a sinalização será reforçada. Outra ação é a busca da melhoria de rodovias federais que cortam a região. A BR-163 é uma delas. O DER está em permanente contato com o DNIT para que a rodovia mude de classe. Ou seja, fique mais larga e consigamos eliminar pontos críticos na ligação com a região Oeste. Em relação à questão logística, defendemos a passagem da ferrovia Norte-Sul pelo Sudoeste paranaense.
Folha de Palotina - Como o governo está trabalhando para viabilizar a implantação da extensão da Ferroeste a partir de Cascavel, passando pela região de Toledo até Guaíra?
BETO RICHA - Nosso contato com o governo federal e autoridades do setor é constante. No último dia 18, o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filha, participou de audiência na Câmara Federal com a presença de autoridades federais e dos governos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul para defender os interesses do Paraná. Nossa proposta é uma linha que saia de Maracaju (MS), entrando no Paraná por Guaíra, passando por Cascavel e Guarapuava até chegar ao porto de Paranaguá, que recebe em média 5,4 mil caminhões por dia. Vamos lutar por este trecho com todas as forças. Com o investimento ferroviário, vamos melhorar a competitividade estadual e facilitar a integração modal. Com uma ferrovia cortando o Estado, os produtores do Paraná, do Mato Grosso do Sul e do Paraguai terão mais uma opção de transporte. O governo federal desenhou um traçado que vai de Cascavel para Mafra e depois para o litoral de Santa Catarina e depois a Paranaguá. Isso significa 130 quilômetros a mais para chegar ao nosso porto, encarecendo o frete e elevando o tempo de transporte. Por outro lado, somos favoráveis que a ferrovia Norte-Sul passe no Noroeste, Oeste e Sudoeste do Estado, principais áreas agrícolas paranaenses, atendendo regiões como as de Maringá e Campo Mourão, Cascavel e Toledo e Pato Branco e Francisco Beltrão, até entrar em Santa Catarina e chegar ao Rio Grande do Sul.
Adjori - Outro fator para a industrialização do estado é o setor logístico. Quais as ações do governo para melhorar a logística do estado, sendo que ainda existem estradas importantes sem asfalto e a necessidade ampliação da malha ferroviária?
BETO RICHA – Um dos meus objetivos nesta gestão é asfaltar as estradas de acesso aos cinco municípios paranaenses que ainda não tem ligação pavimentada com a malha rodoviária estadual. O DER já iniciou os estudos para implantação destes trechos. Na questão ferroviária, estamos fortalecendo a Ferroeste e brigando para novos ramais sejam construídos no Paraná. Estamos atentos às propostas do governo federal para novas ferrovias e definimos no porto de Paranaguá o zoneamento da área portuária que permitirá em curto espaço de tempo investimentos públicos, privados e por meio de parcerias público-privadas. Dois investimentos já foram confirmados. A Techint, que constrói plataformas de petróleo, usará uma área no Porto de Antonina, e o Terminal de Contêineres vai ampliar o seu cais em Paranaguá. Também estamos desenvolvendo o plano aeroviário para o Estado. Além disso, vamos por em prática ainda neste ano um programa de recuperação de estradas rurais com a contratação de patrulhas. Nos próximos meses vamos receber 380 equipamentos e máquinas para isto.
Hoje Centro Sul - Irati - Que tipo de incentivo fiscal o governo estadual oferece ou pretende adotar para atrair comércio e indústrias para as cidades do interior, uma vez que nelas se concentra grande demanda por geração de empregos?
BETO RICHA - Criamos uma política de incentivos, o programa Paraná Competitivo, que estimula a industrialização do Estado. No interior teremos o maior investimento privado já feito no Estado. É a nova fábrica da Klabin, em Ortigueira, orçada em R$ 7 bilhões. Por certo, as características da região ajudaram na escolha, mas a intenção do nosso governo é descentralizar a indústria e oferecer novas oportunidades para os paranaenses de todas as regiões. Contudo, são as empresas é que definem qual a melhor localização para seus empreendimentos. A premissa principal é o respeito mútuo entre o Estado e os empreendedores, fundamentado na melhoria da qualidade de vida de todos os paranaenses. O Paraná Competitivo já atraiu R$ 18 bilhões em investimentos, mais do que a quantia obtida nos oito anos anteriores à nossa gestão. São 80 mil novos empregos gerados.
Jornal Novo Tempo – Santa Izabel do Oeste - A que se deve o aumento de repasse dos valores de ICMS aos municípios: é crescimento do Estado ou recuperação do fisco? Isto ainda pode ser fruto de ações do estado como o Programa Paraná Competitivo?
BETO RICHA - Esta evolução reflete o crescimento dos nossos setores produtivos, além da eficiência de nosso fisco. Nos oito primeiros meses deste ano, depositamos aos municípios R$ 3,68 bilhões, referentes aos repasses do ICMS e IPVA. Este repasse representou um aumento de 9,32% em relação ao mesmo período do ano passado, já descontada a inflação. Outras ações da administração do Estado também contribuem para isto e, entre elas, o Paraná Competitivo.
Adjori - Apesar do investimento em educação, houve uma queda na avaliação do IDEB do Paraná. A que o senhor avalia esta queda e quais as medidas que serão adotadas para mudar este quadro?
BETO RICHA - Melhorar a qualidade da educação é um dos nossos compromissos fundamentais. Atingimos as metas do Ideb, mas não ficamos satisfeitos. No ensino fundamental tivemos o índice 4, para uma meta de 3,8. No ensino médio, o índice foi de 3,7 para uma projeção de 3,6. O nosso planejamento estratégico até 2014, estabelecido em contrato de gestão, tem a melhoria da qualidade do ensino como principal objetivo. Vamos promover discussões sobre uma nova matriz curricular, debates no ambiente escolar e com toda a sociedade, assim como a análise dos resultados de cada escola. Para isso, estamos estruturando um exame estadual para medir a qualidade da aprendizagem dos nossos alunos. Isso revela a preocupação do governo com a formação das nossas crianças e jovens. Ainda sobre o Ideb, vários fatores influenciaram nos últimos resultados. No ensino médio houve redução da carga horária em 2009 nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Além disso, houve fatores estruturais enfrentados pela nossa gestão. Devido ao atraso no processo de contratação de professores temporários em 2010, as aulas tiveram início em 2011 com falta de profissionais em sala e a situação só foi normalizada após o início do ano letivo. Não bastasse isso, o governo anterior deixou de pagar as rescisões dos professores temporários. Para enfrentar a falta de profissionais da educação, nomeamos mais de 17 mil servidores aprovados em concurso público. Além disso, o número de profissionais para cada unidade estava sendo determinado com base em uma resolução de 2002, desatualizada, o que provocava problemas na distribuição desses profissionais. Editamos uma nova resolução para solucionar essa situação. A redução do número de alunos por sala de aula foi também enfrentada em 2011. A situação precária das escolas foi um dos grandes desafios que recebemos. Nestes dois primeiros anos, concluiremos mais de 2 mil intervenções entre reparos, reformas, ampliações e novas unidades. Outro problema era a falta de investimento adequado no transporte escolar. O valor repassado pelo Estado aos municípios passou de R$ 28 milhões em 2010 para R$ 80 milhões neste ano.
O Popular – Araucária - Quais são os planos do governo em apoio ao desenvolvimento das pequenas empresas?
BETO RICHA - Não são planos, são ações. Elas vão desde uma legislação especial, que concede incentivos fiscais para 25 segmentos de nossa economia até a redução na taxa de juros nos contratos de empréstimos pela Fomento Paraná. Nosso Estado concede isenção de ICMS para o contribuinte com renda bruta de até R$ 360 mil por ano, incluso no Simples Nacional. Segundo dados de julho deste ano, 192 mil empresas foram beneficiadas por esta medida. Além disso, concedemos redução na base de cálculo até à última faixa do Simples Nacional. O Paraná é também um dos Estados com menor número de produtos incluídos na substituição tributária. Na Fomento Paraná, na linha Programa Bom Emprego, por exemplo, a taxa de juros em contratos de empréstimos diminuiu de 0,64% para 0,59% ao mês. O crédito pode ser utilizado para capital de giro, investimento fixo ou misto (capital de giro e compras de máquinas e equipamentos). O empreendedor pode financiar até 90% do investimento, até o valor máximo de R$ 300 mil. No microcrédito, voltado para o pequeno empreendedor a taxa diminuiu de 0,58% ao mês para 0,55 % ao mês. A linha disponibiliza financiamentos de até R$ 15 mil. Com o Bom Negócio Paraná, estamos assegurando capacitação e crédito barato. Nossa meta é atingir 60 mil micro e pequenos empreendimentos formais e informais. Estamos, de forma concreta, apoiando o desenvolvimento das micro e pequenas empresas porque sabemos a importância e o peso socioeconômico que elas têm.
Gazeta de Palmeira - A única forma de aumentar a renda das famílias que vivem em pequenas propriedades rurais é através da diversificação. Em parte da região dos Campos Gerais e da região Centro do Sul do estado os municípios são formados em sua maioria por pequenas propriedades rurais, normalmente com atividade agrícola familiar. Uma das principais carências é a assistência técnica, em parte oferecida pela Emater, mas ainda insuficiente para proporcionar melhores condições de aumentar sua produtividade. Qual é a ação do Governo do Estado que pretende reverter esta carência?
BETO RICHA – A Emater era outro órgão que estava sucateado e que passa por um processo de reestruturação. Autorizei a contratação de 500 profissionais para o órgão, além de isentar os pequenos municípios do pagamento dos serviços. Estamos trabalhando para reverter a carência de assistência técnica, a curto e médio prazo, com ferramentas eficazes. Entendo como fundamental a recuperação da renda rural, assim como as transformações necessárias ao desenvolvimento sustentável das pequenas propriedades. Para este produtores já há a possibilidade do aproveitamento da produção pelo poder público, através do Programa da Merenda Escolar, que possibilita a aquisição de produtos direto dos agricultores. No Paraná vamos investir R$ 32 milhões neste ano em alimentos provenientes pequenos agricultores para compor a merenda das escolas da rede estadual. A outra ação para reverter este quadro é o programa Prorural, que tem como foco atender 131 municípios menos desenvolvidos do Estado, principalmente com ações no campo. Este programa propõe, entre outras coisas, estimular negócios capazes de mudar a economia desses municípios. Uma das ações previstas é um programa de capacitação de gestores e dirigentes, como mecanismo de introdução de conhecimentos que possam impulsionar as mudanças necessárias.
Adjori - Em sua campanha foi falado muito em contrato de gestão. A troca do secretário de Segurança Publica é uma prova da força destes contratos?
BETO RICHA - Não, não é exatamente esta a questão. As mudanças tiveram o objetivo de acelerar as ações para reduzir os índices de criminalidade e melhorar a segurança pública em todo o Paraná. Era importante uma troca buscando uma nova dinâmica e resultados ainda melhores na área da segurança pública. Temos novos desafios a serem superados para garantir a segurança que a sociedade paranaense deseja e tem direito. Vamos acelerar o ritmo de realizações, decisões e ações. Num primeiro momento conseguimos reestruturar a segurança pública, fortalecer a Polícia Militar, a Polícia Civil e os serviços de inteligência. Agora, num novo momento, tão importante quanto o primeiro, é colocar em prática todas as ações planejadas.
Adjori - O senhor tem conseguido dar o ritmo que pretendia a sua administração? Qual é o setor que demanda maior atenção?
BETO RICHA - O ritmo está dentro da razoabilidade, dentro do respeito aos paranaenses e às suas demandas. Temos correspondido a um plano de governo traçado a partir das necessidades do Estado e do diálogo mantido antes e depois de nossa candidatura com toda a comunidade paranaense. Nosso plano do governo não surgiu do além e nem de discursos de campanha. Nasceu da própria população do Paraná e, ao sermos eleitos pela maioria das pessoas, ficamos diante do desafio de cumprir com aquilo que as elas nos delegaram. Evidentemente que, por descaso ou descompromisso de administrações anteriores, temos sérias carências no Estado em educação, saúde, segurança, habitação, infraestrutura, enfim em todos os setores. E estamos trabalhando muito para vencer esses desafios, imprimindo uma marca de compromisso e eficiência. Mas, sobretudo, resultados concretos à melhoria da qualidade de vida de todos os paranaenses, tanto nas cidades como no campo.
Adjori - Como atender o Paraná em todas as suas demandas sem deixar nenhuma região ou setor esquecido?
BETO RICHA - Trabalhando muito. Este é um governo que se caracteriza por fazer mais com menos. Para isto, evitamos desperdícios e buscamos a eficiência em cada ação. Nosso governo estabeleceu metas e objetivos a serem alcançados, para atender a maioria das demandas do Paraná, em todas as suas regiões, e em todos os setores da administração pública, em parceria eficiente com os municípios, com o governo federal, com entidades privadas, instituições etc.