Ministro fala sobre projetos ferroviários 09/12/2011 - 15:00

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, concedeu entrevista a revista de circulação nacional, especializada no setor, e falou sobre a importância de projetos ferroviários para atender a região Sul e Centro-Oeste do país, em especial o chamado “Corredor Ferroviário do Paraná”.
Sob o título “Governo já investiu R$ 8,6 bilhões em transportes em 2011”, o ministro fez uma análise da nova gestão sobre os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e sobre a situação da infraestrutura e logística de transporte no país, inclusive na área ferroviária. Confira trechos da entrevista do ministro publicada pela revista Brasil Vias, órgão de divulgação da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor):
Brasil Vias - Em relação à malha ferroviária, países como os EUA que possuem 228.464 km de ferrovias, a Rússica, com 87.157 km e por último a China, com 80 mil km, e que deverá chegar em 2020 com 120 mil km, fizeram investimentos maciços no setor. Para o Brasil, com dimensões continentais e uma economia em expansão, podemos imaginar daqui alguns anos uma malha comparável à desses países e que possa satisfazer a crescente demanda?
De fato, quando comparadas às malhas ferroviárias de países com extensões territoriais semelhantes à do Brasil, verifica-se uma disparidade significativa. Hoje a malha nacional possui aproximadamente 29 mil km de extensão e responde por cerca de 25% do volume de cargas transportadas no país.
Motivações históricas e diretrizes de desenvolvimento escolhidas e diretrizes de desenvolvimento escolhidas pelo Brasil, no passado, ajudaram a delinear essa configuração. Contudo, a partir das mudanças introduzidas no setor, desde a metade da década de 1990, com as concessões das malhas da antiga Rede Ferroviária Federal ao setor privado, esse cenário começou a se modificar operacionalmente.
Hoje o setor se encontra mais sólido e fortalecido graças a mudanças introduzidas na sua regulação, aos novos investimentos governamentais em expansão da malha, à construção e arrendamento de terminais e pátios de integração multimodal e aos significativos aportes feitos pelas empresas concessionárias ao longo dos últimos anos.
Em setembro de 2008, importante passo na consolidação do setor foi dado com a promulgação da Lei nº 11.772, que conforma uma nova estrutura ferroviária no Brasil, com a previsão de implantação de novas linhas num total de 11.800 km de extensão, dos quais 10.700 km em bitola larga.
A expansão da malha ferroviária permite a estruturação de corredores de transportes, ligando através de ferrovias, regiões de produção agro-mineral aos principais centros de consumo e processamentos internos, bem como aos portos brasileiros.
Alguns projetos merecem destaque como a Ferrovia Norte-Sul; Ferrovia de Integração do Pantanal (FIPA); Nova Transnordestina; Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL); Ferronorte; Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO); Corredor Ferroviário do Paraná e o Corredor Ferroviário Bioceânico.
Neste novo contexto ferroviário nacional, é possível constatar que os aportes públicos e privados devem elevar a malha ferroviária dos atuais 29 mil quilômetros de extensão para cerca de 40 mil quilômetros até 2020, proporcionando oportunidades para que os diversos setores produtivos passem a ter neste modal uma alternativa cada vez mais viável. O Governo Federal trabalha com a meta de que, até 2025, o modal ferroviário venha a ter uma participação de 35% na matriz brasileira de transporte de cargas.
Adicionalmente, no que se refere ao transporte ferroviário de passageiros, o Governo, além de trabalhar a licitação do trecho Campinas – São Paulo – Rio de Janeiro para o primeiro projeto de trem de alta velocidade – TAV do país, está preparando a execução de estudos de novos trechos para implantação de outros TAV’s, os quais, juntos, podem totalizar quase 2.000 km de vias de alta velocidade (Brasil Vias – Edição 54 – Agosto/Setembro/2011). Foto - Alexssandro Loyola.

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