Presidente da Ferroeste entrega projeto de novos ramais à Valec 11/03/2011 - 17:56

O presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, entregou na manhã desta sexta-feira, 11, em Brasília, à Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias, estatal responsável pela construção e exploração de infraestrutura do setor, o projeto executivo do ramal ferroviário que ligará Cascavel a Guaíra. Participou da audiência, o diretor de Operações da Ferroeste, Mauro Fortes Carneiro.
Maurício Querino Theodoro disse que Fernando de Castilho, analista de infraestrutura de transporte ferroviário da Valec, considera o projeto de grande importância estratégica para o país. Dentro de dez ou quinze, segundo informou Castilho, a Valec vai publicar o edital para contratação de empresa para fazer o estudo de viabilidade e de traçado do ramal da Ferroeste (Cascavel-Dourados-Maracaju).
O superintendente financeiro da Valec, Cassio Ramos, paranaense, também está trabalhando para que o processo seja agilizado. “Esse processo licitatório inicial deve demorar de três a cinco meses”, informou o presidente da Ferroeste. “Depois disso, ele será enviado para o Ministério dos Transportes, que deve encaminhar o projeto para o PAC”.
Para o presidente da Ferroeste, se houver vontade política das lideranças paranaenses “a execução da ferrovia Cascavel-Guaíra começa em 2012”. Durante este ano, os técnicos vão se debruçar sobre os estudos de viabilidade e na correção do projeto de engenharia já existente para este trecho, segundo informou.
Maurício Querino Theodoro disse que deixou claro para os representantes da Valec que tanto o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, quanto o governador Beto Richa estão empenhados na execução da obra. “Esse é um projeto que não tem partido. É do Paraná”, disse ele. “Toda a bancada paranaense está envolvida nele”.
A documentação da Ferroeste foi entregue à Valec juntamente com o estudo do Eia/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental). Além do projeto executivo do trecho Cascavel/PR-Guaíra/PR, o presidente da empresa apresentou o estudo complementar da linha Guaíra-Maracaju/MS e também uma sugestão de traçado para o trecho Guarapuava-Porto de Paranaguá.
Para estudar a viabilidade das novas linhas da Ferroeste, o Ministério dos Transportes criou em fevereiro um grupo de trabalho. Integram o colegiado representantes dos governos do Paraná e do Mato Grosso do Sul, Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e Valec.
INTEGRAÇÃO – A audiência desta sexta-feira é o desdobramento de encontro entre o governador Beto Richa e o governador André Puccinelli, do Mato Grosso do Sul, em fevereiro, para unir esforços em torno de um projeto de integração ferroviária dos dois estados através da Ferroeste. O encontro teve ainda a participação do secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, e do presidente da Ferroeste.
O traçado da ferrovia foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-1), do governo federal, em 2008, mas o projeto não progrediu, por falta de apoio do Paraná. Agora a intenção é incluir a obra – que tem custo estimado de R$ 1,6 bilhão – no PAC-2. A saída por trem por Paranaguá é a melhor alternativa para escoar a produção daquela região do centro-oeste brasileiro, que chega a 5 milhões de toneladas de grãos, 2,5 bilhões de litros de álcool e 1,5 milhão de toneladas de açúcar para exportação, por ano.
Segundo o presidente da Ferroeste, o produtor economiza em torno de um dólar por tonelada transportada por ferrovia em relação ao transporte rodoviário. Para ele, este é um dinheiro que fica na cadeia produtiva. “No caso do Mato Grosso do Sul, são aproximadamente 5 milhões de dólares apenas da safra de grãos. No Paraná podem ser pelo menos outros 8 milhões de dólares”. Outra vantagem é o tempo ganho no transporte. De caminhão, do Mato Grosso do Sul a Paranaguá, a viagem dura em torno de três dias. Pela ferrovia, o percurso pode ser feito em 18 horas


Presidente da Ferroeste (de frente), ladeado pelo diretor de Operações (D), reunido com representantes da Valec.

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