Presidente da Ferroeste visita Campo Mourão 26/03/2012 - 14:05

O presidente da Ferroeste, Maurício Quirino, esteve em Campo Mourão, dia 23, onde visitou empresas e entidades locais com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de uma mobilização da sociedade mourãoense em prol da implantação do trecho da ferrovia Norte – Sul na região. Atualmente, o projeto em trâmite prevê que o traçado passe por Maringá e Apucarana, não permitindo que o transporte da produção da região seja beneficiado, ponto defendido pelo presidente, pois a ferrovia auxiliaria no escoamento de toda a produção e barateamento do transporte.
Ele explica que parte do projeto da ferrovia Norte – Sul já está concluído, no trecho que corresponde a ligação entre o Porto do Itaqui, em São Luiz capital do estado do Maranhão, até Goiânia no estado de Goiás. Já outra parte do projeto está em execução e corresponde ao trecho da ferrovia entre Goiania e Estrela D´Oeste no estado de São Paulo.
Quirino lembra que a presidente Dilma Roussef informou na última semana que até o fim do seu mandato, em 2014, o projeto de viabilidade técnica, econômica e ambiental do restante do trecho que passa pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já deve ser apresentado. No Paraná, atualmente o traçado da ferrovia compreende os municípios de Maringá e Apucarana segundo proposta da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, uma empresa ligada ao Ministério dos Transportes.
Essa região já conta com transporte ferroviário que atende a demanda da produção de forma eficaz, ao contrário de Campo Mourão e Cascavel, cidades que seriam beneficiadas com a mudança do traçado e que possuem uma produção elevada de grãos e de etanol. “É uma região que tem contribuído muito com o estado do Paraná e contribui muito com o Governo Federal. Porém quando se trata de infra-estrutura e logística nós estamos ficando em segundo plano”, diz.
O presidente destaca que não há uma definição final quanto ao traçado do projeto no Paraná e ressalta que a mobilização da sociedade mourãoense, através de entidades e associações, como a Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam) e a Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), é de extrema importância para que esse projeto beneficie o município e a região, para que assim se possa solicitar ao Governo Federal que a ferrovia seja construída. “Na realidade nós estamos pedindo para que o trem passe onde tem carga, e uma grande vantagem é a topografia deste terreno. É uma ferrovia que conseguiremos fazer com um custo bem mais baixo do que se passar pelo centro do estado do Paraná”, explica Quirino.
A obra da ferrovia Norte-Sul faz parte do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal, e caso a mesma contemple a região, há uma previsão de quatro a cinco anos para que a mesma seja construída. Essa estimativa é baseada no andamento das obras realizadas em outros trechos. E estimativa de gastos na implantação da ferrovia em Campo Mourão é de aproximadamente 3,2 milhões por quilômetro, sendo que em outras regiões esse valor se elevaria até cinco milhões por quilômetro.
Outra vantagem é que 248 quilômetros de ferrovias não necessitariam ser construídas, pois a mesma já existe e é administrada pela Ferroeste. Além disso, a passagem da ferrovia permitiria uma ligação com outra ferrovia que liga Maracajú, no Mato Grosso do Sul, até o Porto de Paranaguá. De acordo com o presidente nessa linha seriam implantados apenas o terceiro trilho que permitiria esse entroncamento com outras ferrovias, facilitando assim o escoamento da produção e o transporte de diversos produtos. “Posso estar trabalhando dentro do trecho da Ferroeste com bitola métrica e com as composições de bitola larga”, explica.
Independente da definição do traçado, os benefícios para o estado são diversos. Desde o custo do frete, beneficiando principalmente o produtor. No ano passado, a tonelada de soja, no transporte pela rodovia entre Cascavel e Guarapuava estava R$ 65, enquanto o frete pela ferrovia ficava em R$ 40. Uma diferença de R$ 25, o que representa uma economia de cerca de R$ 1,50 para o produtor por saca. Apesar de ser mais barato, o presidente da Ferroeste acredita que a falta de estrutura das ferrovias inviabiliza e diminui a procura pelo transporte de cargas pelos produtores.
Durante a visita a Campo Mourão, esteve acompanhado do presidente do Instituto de Águas do Paraná, Márcio Nunes, participou de uma reunião com o presidente da Coamo, José Aroldo Galassini, realizou uma visita a TRIBUNA, onde foi recebido pelo diretor do jornal Nery Thomé e recebeu do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), um estudo que aponta a importância da ferrovia para a região. (
Legenda: Nery Thomé, Maurício Quirino, Márcio Nunes e César Bronzel - Cintia Syndeski, da Tribuna do Interior)

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