Richa Filho defende trechos ferroviários prioritários para o Paraná em Brasília 29/08/2012 - 13:50

O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, entregou nesta terça-feira (28/08), em Brasília, dois documentos ao presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, sugerindo a inclusão de duas obras de infraestrutura no Programa de Investimento em Logística – PAC das Concessões.
No encontro, o secretário reforçou a necessidade da construção de uma nova ferrovia entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá. Dessa maneira, seria possível escoar a produção vinda do Mato Grosso do Sul pela extensão da Ferroeste até Maracaju. Richa Filho disse que o documento entregue é um anteprojeto bem detalhado com estudo preliminar de viabilidade.
O outro documento encaminhado se refere à construção de um ramal da ferrovia Norte-Sul passando pela região Noroeste do Paraná (Maringá e Campo Mourão), por Cascavel e pelo Sudoeste do Estado (Pato Branco e Francisco Beltrão), seguindo para o Oeste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Segundo Richa Filho, a obra é fundamental para o escoamento das safras agrícolas e dos produtos da pecuária do Sul. Segundo ele, o traçado contribui para o desenvolvimento regional. “Foi uma reunião importante para mostrar ao governo federal quais as prioridades em logística dos estados do Sul. Com entendimento e diálogo estamos avançando”, disse o secretário.
De acordo com o secretário, Bernardo Figueiredo considerou que realmente as duas obras são importantes para o Paraná e para os demais estados do Sul. “Ele comprometeu-se a estudar as propostas e encaminha-las para uma avaliação da presidente Dilma”, informou Richa Filho.
Richa Filho destacou que a reunião serviu para abrir um novo canal entre o governo federal e o Paraná para que haja melhor entendimento com relação aos trechos ferroviários e rodoviários que cortam o Estado e estão incluídos no PAC das Concessões. “Acreditamos que nossas propostas serão implantadas, pois refletem as prioridades e urgências dos estados do Sul”, concluiu.
INTEGRAÇÃO SUL – O secretário também participou em Brasília de outro encontro com representantes do governo federal para a apresentação do projeto Sul Competitivo, estudo detalhado das atuais condições da infraestrutura da região. A proposta foi encomendada pelas federações industriais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento aponta que são necessários R$ 70 bilhões para investir em 177 projetos que podem destravar os nós logísticos e aumentar a competitividade do setor produtivo dos três estados. Desse total, 51 obras em ferrovias, rodovias e portos foram consideradas prioritárias, demandando investimentos de R$ 15,2 bilhões.

Se forem realizadas, elas evitarão gastos anuais de R$ 3,4 bilhões, o que equivale a 80% das perdas totais em função do déficit de infraestrutura de transportes verificados atualmente na região.
UNIÃO - Richa Filho destacou a importância da união de esforços entre os estados e disse que projeto Sul Competitivo representa um avanço nos estudos de infraestrutura. “O momento é propício e, envolvendo a todos, vamos alcançar os objetivos que queremos, que são os investimentos importantes que melhorarão a estrutura dos estados”, declarou.
De acordo com presidente da Fiep, Edson Campagnolo, várias das obras indicadas como prioritárias pelo estudo afetam diretamente o Estado. “Cerca de 40% a 45% desses projetos estão no Paraná, justamente por ser um meio de passagem para os outros estados do Sul”, disse. “O mais importante é que este trabalho foi realizado de maneira integrada. Não estamos olhando somente o Paraná, mas todo o contexto da região Sul. É necessário que esses investimentos em infraestrutura sejam feitos logo para aumentar nossa competitividade”, disse

CONFIRA MATERIAL DIVULGADO PELA OCEPAR (FUNTE: GAZETA DO PARANÁ):

INFRAESTRUTURA I: Paranaguá é chave para resolver gargalo logístico

Duas semanas após o governo federal lançar um pacote de concessões de infraestrutura de R$ 133 bilhões, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em parceria com as três federações industriais da Região Sul – Fiep, Fiesc e Fiergs –, apresentou nesta terça-feira (28/08) um extenso documento com propostas para reduzir o custo do transporte de cargas na região. Esse custo foi de R$ 30,7 bilhões em 2010, o equivalente a 5,7% do PIB da região, e chegará a R$ 40,7 bilhões em 2020 caso nada seja feito.
Investimentos - O Projeto Sul Competitivo prevê investimentos de R$ 15,2 bilhões em 51 obras prioritárias – 10 delas no Porto de Paranaguá. Entre os projetos para o porto, estão a ampliação do pátio de triagem e do cais de inflamáveis, a construção de um novo píer e de dois novos armazéns graneleiros e a dragagem de aprofundamento do canal. Várias dessas obras já estão previstas no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado de Paranaguá (PDZPO), documento que servirá de orientação para a expansão do porto nos próximos 20 anos.
Projetos - Ao todo, foram listados 177 projetos para resolver a questão de infraestrutura logística do Sul, mas apenas 51 foram considerados prioritários. “Quase nenhum dos projetos de Paranaguá ficou de fora da lista de prioritários”, diz Olivier Gerard, um dos autores do Sul Competitivo e sócio da Macrologística, consultoria que assinou o projeto. “A questão do investimento em Paranaguá é que, se olharmos para como vai estar a situação em 2020, caso nada seja feito, o porto será o terminal do Sul que vai estar mais sobrecarregado”, completa ele. Segundo Gerard, o projeto mais urgente é o aumento da capacidade de movimentação de granéis sólidos.
Estudo -Dos 51 projetos listados no estudo, 26 ficam no Paraná. Eles demandariam, no mínimo, R$ 4,9 bilhões dos R$ 15 bilhões previstos para as obras. O Sul Competitivo foi dividido em oito eixos prioritários de transporte – alguns que precisariam ser criados e outros que seriam apenas melhorados. Dois deles teriam grande impacto no estado: a Rodovia da Boiadeira, que ligaria Porto Camargo a Paranaguá, e a construção de um anel ferroviário para interligar São Francisco do Sul, em Santa Catarina, ao porto paranaense. Segundo os autores, além de visar o aumento da competitividade dos três estados, o estudo também levou em conta o elevado fluxo de produtos que não são produzidos nem consumidos na região, mas que passam por aqui.
Diferenças - Para o setor industrial, a maior diferença do estudo privado para o projeto de concessões do governo é que o plano de Brasília não possui visão sistêmica. “É muito pontual. Não há uma lógica de por que esse [projeto] e não aquele”, diz Gerard.
Força-tarefa - A CNI agora propõe a criação de uma força-tarefa, envolvendo o governo federal e parlamentares, para tirar o projeto do papel. A proposta é que as obras sejam financiadas com recursos públicos e também com parcerias público-privada. No governo federal, é bem provável que o plano seja acatado pelo Ministério da Integração Nacional, que foi o responsável por tocar o projeto Norte Competitivo, plano semelhante ao do Sul, mas focado nos estados da região amazônica.
Estudo levou um ano e gerou 2 mil páginas - O estudo feito pela consultoria Macrologística levou um ano para ser completado, envolveu 22 profissionais e resultou em um dossiê de 2 mil páginas. A primeira fase do projeto, de diagnóstico, mapeou as 18 principais cadeias produtivas dos três estados do Sul. O levantamento identificou como é a situação hoje do consumo interno e da exportação de cada um dos 61 produtos dessas 18 cadeias – e previu como será a demanda nesses dois mercados em 2020. Ao cruzar a demanda por infraestrutura gerada pelas cadeias produtivas com a oferta logística disponível atualmente, o levantamento identificou os principais gargalos de transporte da região. O maior deles, por exemplo, é a BR-116 entre Curitiba e São Paulo, que está operando 307% acima de sua capacidade.
Eixos logísticos - A segunda parte do projeto, propositiva, identificou oito eixos logísticos da região que devem ser priorizados como investimento. O cálculo para a definição da lista de projetos foi feito com a análise do retorno sobre o investimento e do impacto socioambiental das obras para a melhoria ou a implementação dos eixos. (Gazeta do Povo)

INFRAESTRUTURA II: Estado quer linha direta até o porto

O governo do estado vai insistir na inclusão de um novo trecho ferroviário que ligue diretamente o interior do Paraná ao Porto de Paranaguá no Programa de Investimentos em Logística (PIL), pacote federal de concessões lançado há duas semanas e que pretende injetar R$ 133 bilhões na infraestrutura brasileira nos próximos 30 anos. A proposta é construir uma estrada paralela à que já existe na Serra do Mar, a partir da estação de Engenheiro Bley (no município da Lapa) até o porto. Por enquanto, o governo federal tem dado prioridade à construção de um novo acesso a Paranaguá via São Francisco do Sul, no norte de Santa Catarina.
Reunião - O secretário estadual de Infraestrutura, José Richa Filho, esteve nesta terça-feira (28/08) em Brasília para participar do lançamento do Projeto Sul Competitivo e, depois, teve uma reunião com o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, para discutir o assunto. “Sempre tratamos as duas questões de forma separada. A ferrovia São Francisco-Paranaguá e a nova descida direta da serra [sem passar por Santa Catarina] são projetos que se complementam”, afirmou o secretário.
Binário - Segundo ele, o encontro desta terça-feira com Figueiredo foi um desdobramento da reunião sobre as obras previstas no PIL para o Paraná, que ocorreu na semana passada na Casa Civil. Na ocasião, a ministra Gleisi Hoffmann detalhou o programa para parlamentares e integrantes do Fórum Permanente Futuro 10 Paraná. Ela explicou que as dúvidas sobre como será o novo acesso a Paranaguá devem acabar com a conclusão de um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental que o governo federal vai contratar em setembro e que deve ficar pronto dentro de sete a dez meses. Gleisi, no entanto, deixou claro que considera como “melhor opção” a estrada São Francisco-Paranaguá. “Nós avaliamos que isso [o trecho direto Engenheiro Bley-Paranaguá] vai ter muita dificuldade ambiental. Para não demorar o projeto, nós fizemos uma opção”, disse a ministra.
Sistema binário - A ideia defendida pelo governo é implantar um sistema binário, que aproveite a atual capacidade da ferrovia já existente até Curitiba. Com isso, os trens poderiam trafegar em duas mãos distintas – subindo por São Francisco do Sul e voltando por Curitiba (ou vice-versa).
Ministros - O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, defende que a via direta Engenheiro Bley-Paranaguá não inviabiliza a ideia de um binário ligado ao trecho São Francisco-Paranaguá. Ele também conversou nesta terça com Bernardo Figueiredo sobre o assunto. “Ele [Figueiredo] compartilhou conosco que já tem uma conversa com o ministro Paulo Passos [Transportes] e a ministra Izabella Teixeira [Meio Ambiente] para rever essa questão ambiental. Aparentemente, é a melhor alternativa de tráfego”, afirmou Campagnolo.
Trecho - Apesar da defesa do presidente da Fiep, o trecho Engenheiro Bley-Paranaguá não foi incluído entre as 51 prioridades listadas no Projeto Sul Competitivo, patrocinado pela federação. Segundo o responsável pelo estudo, Olivier Girard, da empresa Macrologística, o investimento e o impacto ambiental para a construção desse trecho são “altíssimos”. “Você só estaria resolvendo uma perna, que é a de Paranaguá. Não estaria resolvendo o problema de São Francisco do Sul”, disse Girard. De acordo com estimativas da Macrologística, o trecho São Francisco-Paranaguá custaria R$ 750 milhões. Já a estrada Guarapuava-Paranaguá (passando pela estação Engenheiro Bley) teria um custo de R$ 2,3 bilhões. (Gazeta do Povo)

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