SEIL, DER, Ferroeste e Appa fazem 1ª reunião conjunta
19/04/2012 - 14:39

O secretário de Infraestrutura e Logística (Seil), José Richa Filho, abriu nesta quarta-feira (18), em Curitiba, o primeiro encontro do Sistema Integrado de Gestão. O encontro reuniu técnicos da SEIL, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Ferroeste e Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). O objetivo foi realizar um balanço do primeiro trimestre e iniciar as discussões em torno do planejamento estratégico compartilhado do setor de logística e infraestrutura no Paraná.
“Vamos superar todos os problemas em conjunto”, explicou o secretário. “O Governo trouxe mais de R$ 16 bilhões em investimentos para o Estado e nós temos responsabilidade com o Contrato de Gestão da administração Beto Richa”, disse ele. “Precisamos conversar entre nós”, ressaltou, “O DER com o porto, o porto com a Ferroeste”, exemplificou Richa Filho.
O diretor geral da SEIL, Aldair Wanderlei Petry, disse que a secretaria está preparando o ambiente para uma rede eficiente de informação, “com muito mais inteligência, gestão de resultado e metas”. Os principais programas e projetos rodoviários, ferroviários, aeroviários e portuários foram tratados na reunião. Também foram discutidas as ações voltadas para a gestão e padronização dos processos relacionados ao plano de obras e edificações do Estado, assim como a unificação de procedimentos para licitações, contratações e acompanhamento de obras.
PLEITOS FEDERAIS – Um dos pontos de destaque da primeira reunião do Sistema Integrado de Gestão da Seil foi a apresentação de um programa de modernização e ampliação da infraestrutura paranaense com foco em pleitos de investimentos federais no Estado nos vários modais de transporte: rodoviário, ferroviário, portuário e hidroviário.
Richa Filho disse que com os investimentos de R$ 1.2 bilhão em infraestrutura, anunciados recentemente, o Paraná está fazendo a lição de casa, mas para o desenvolvimento equilibrado do Estado há necessidade de investimentos federais.
RODOVIAS – Entre os investimentos federais que o Governo do Paraná estará reivindicando da União, os técnicos destacam as obras do contorno rodoviário de Curitiba, com a federalização da PR-418. Na área rodoviária também são importantes a duplicação da BR-163, na ligação Norte-Sul, e a federação da Estrada Boliadeira, a BR-487, que faz a integração com o Mato Grosso do Sul.
Foram destacados, ainda, no setor rodoviário, a construção de trecho da BR-158, entre Campo Mourão e Palmital, e obras da PR-272, que liga Iporã a Goioerê, para a qual também existe solicitação de ser federalizada. O início da construção da BR-101, fazendo a integração de Curitiba e região com os portos do Paraná, é outra proposição dos técnicos da Secretaria.
FERROVIAS – Em relação ao modal ferroviário, foi destacada a necessidade de melhorar a acessibilidade dos trens aos portos do litoral. As principais demandas da Ferroeste são a construção de um novo ramal entre Guarapuava e os portos do litoral do Estado, para solucionar o gargalo histórico existente entre a região Central e os terminais marítimos.
Na região de Curitiba, a principal demanda é a construção de um contorno ferroviário de cerca de 57 quilômetros, tirando o tráfego pesado de trens de regiões urbanas. A integração do Paraná com o Mato Grosso do Sul, grande produtor e exportador de granéis, através da extensão da linha da Ferroeste de Cascavel até Guaíra, no Paraná, e daí até Maracaju (MS), é outra grande aspiração dos setores produtivos dos dois Estados. O projeto deve ser agilizado em breve pela Valec, empresa do Governo Federal.
Finalmente, no modal férreo, o Estado defende a extensão Sul do ramal da ferrovia Norte-Sul, desde São Paulo até o Sul do país, passando entre Cianorte e Campo Mourão, região produtiva paranaense que ainda carece de uma ferrovia importante para escoar seus produtos. Nessa região fica a Coamo, a maior cooperativa da América Latina. A ideia é que a Norte-Sul, no Paraná, faça um entroncamento ferroviário em Cascavel, com a Ferroeste, e daí desça por Francisco Beltrão e Pato Branco até Chapecó, no Estado de Santa Catarina.
FERROESTE – Em sua apresentação, o presidente da Ferroeste, Maurício Querino Theodoro, lembrou que até o momento 23 empresas estão interessadas em participar da licitação para a compra de cinco locomotivas. Com elas, a empresa vai dobrar sua capacidade de tração. Em relação ao concurso público, mais de 3.800 cadastros foramfeitos.
Theodoro disse ainda que recursos repassados pelo Governo do Estado permitiram à Ferroeste, recuperar suas máquinas e também a via permanente. Segundo ele, investimentos privados da ordem de R$ 330 milhões estão sendo anunciados “para o entorno dos trilhos da Ferroeste”. Somente a Cotriguaçu já anunciou investimentos de até R$ 200 milhões. A ABInsumos está investindo outros R$ 20 milhões. A cooperativa Agrária também anunciou que vai implantar uma “fábrica de beneficiamento de milho na pera da Ferroeste em Guarapuava”, disse o dirigente.
Ele também adiantou que a empresa está se preparando para licitar a contratação de 30 carretas para buscar as peças doadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) à Ferroeste. O valor de mercado desse material é de mais de R$ 30 milhões. Sete carretas com peças já foram buscadas pela empresa.
Na atual gestão, a Ferroeste também investiu na implantação de um sistema de segurança e em sistema de comunicação de rádio, fará reformas nos postos de abastecimento e está construindo galerias pluviais no terminal de Cascavel.
PORTOS – No segmento portuário, foram apresentados vários projetos de modernização portuária no Litoral do Estado. Entre eles, dependente de parceria com o Governo Federal, foi discutida a questão do acesso ao Porto de Paranaguá, hoje estrangulada por várias questões.
Para que a situação melhore, os técnicos defendem a construção de um novo acesso ao terminal. Está sendo aventado o aproveitamento da estrada velha de Alexandra. Da mesma forma a construção de viadutos rodoviários (dois) e de três viadutos ferroviários nos acessos já existentes. Para que a questão do acesso ao porto seja resolvida é preciso ainda recuperar a Avenida Airton Senna.
A dragagem nos portos de Paranaguá e de Antonina, a construção de novos armazéns em Paranaguá e a implantação de um novo píer, em formato de “T”, no terminal paranaense, aumentando sua capacidade de recepção, são outros itens que entraram na pauta dos especialistas. Outras obras importantes estão sendo consideradas, como a construção do cais do novo porto de Pontal do Paraná, com armazéns e pátios, e a implantação de acesso rodoviário, é uma necessidade básica para o desenvolvimento do Estado.
ALTERNATIVAS – Durantes a apresentação, foram mostradas ainda outras alternativas na área de infraestrutura, como o aproveitamento de hidrovias, especialmente na bacia do Paraná. A preocupação é que estes projetos tenham relação direta com a economia paranaense. Estão nos planos da Secretaria o estudo das possibilidades das eclusas do Paranapanema, a construção de um terminal no rio Tibagi (Jataizinho) e a hidrovia do Ivaí.
Estavam presentes na reunião, além do secretário e do presidente da Ferroeste, e o diretor de Produção da empresa, Mauro Fortes Carneiro, o diretor do DER, Paulo Milani, integrantes de diversas diretorias do órgão, e o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, com vários diretores.

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